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Publicado em: 23/04/2015

Em São Paulo, Crefito-3 participou de passeata em defesa do SUS

Investimento mínimo em Saúde foi o foco da manifestação

No dia Mundial da Saúde (07/04), o Crefito-3, junto a outras entidades da área da saúde, participou da passeata em defesa do SUS. Conselheiros e Delegados fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais estiveram na linha de frente da manifestação.

Organizado pela Frente Democrática em Defesa do SUS, a passeata manifestou nas ruas do centro da capital paulista o descontentamento de usuários e de diferentes categorias profissionais da saúde quanto à aprovação da PEC que determina a porcentagem de investimento mínimo em Saúde. Segundo as entidades participantes da Frente Democrática, as taxas afixadas (atingir 15% da Receita Corrente Líquida em 4 anos) estão muito abaixo do que é proposto pelo projeto de lei de iniciativa popular Saúde +10, que estipula investimento mínimo de 18,7%.

A passeata saiu às 9 horas da manhã da sede da Associação Paulista e Medicina em direção à Praça da Sé. Faixas, cartazes e muitos apitos chamavam a atenção dos cidadãos que circulavam pela região. Ao longo do trajeto, foi distribuída uma carta aberta à população, esclarecendo a respeito do movimento das entidades.

Após três horas de manifestação, os participantes encerraram a passeata com um grande abraço simbólico à Catedral da Sé. Também foram soltos três mil balões, contendo o slogan da passeata "SOS SUS".

  

Veja abaixo o teor da carta aberta distribuída à população

Carta aberta da Frente Democrática em Defesa do SUS à população

 O Sistema Único de Saúde (SUS) completa 27 anos em 2015, como relevante política de inclusão social. Desde sua aprovação na Constituição de 1988, é reconhecido por todas as forças democráticas, e em especial pelos atores da saúde, como essencial à universalização do acesso.

Contudo, a construção de um SUS de excelência ainda esbarra em obstáculos antigos. O subfinanciamento e a má gestão são entraves históricos; a implementação segue extremamente vagarosa e retrocessos são recorrentes.

Explica-se, então, o fato de a saúde ser preocupação e prioridade para os cidadãos, conforme demonstra recente pesquisa realizada pelo Instituto DataFolha, a pedido da Associação Paulista de Medicina (APM) e do Conselho Federal de Medicina (CFM).  A população sofre com longas filas de espera, emergências superlotadas, falta de leitos hospitalares, falta de medicamentos, dificuldades de marcação de exames, cirurgias ou consultas com especialistas.

 As dificuldades são consequência direta da falta de investimentos na saúde, que nunca foi tratada com a merecida atenção. Os números comprovam o descaso ao longo de anos e de seguidos governos. Na década de 80, a União era responsável por 75% dos investimentos na rede pública; hoje responde apenas por 45%, ou seja, transferiu para os Estados e Municípios a responsabilidade de financiar o SUS, a despeito de concentrar cada vez mais a arrecadação de impostos.

As bandeiras do financiamento, gestão responsável e competente, investimento em atenção básica, formação de profissionais bem qualificados etc. devem ser retomadas já. O remédio para a saúde passa pela defesa cidadã do SUS e de assistência digna aos brasileiros.

Mais recursos para a saúde dos brasileiros. Já!!