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Publicado em: 25/04/2019

Assistência fisioterapêutica garante melhor qualidade de vida a pacientes hemofílicos

Degeneração articular e quadros de dor são duas características típicas desse distúrbio de coagulação. Intervenção precoce da Fisioterapia preserva os aspectos funcionais


A Hemofilia é uma doença hereditária, e o aspecto mais conhecido desse distúrbio de coagulação é, justamente, o sangramento. Porém, esse sangramento não é, necessariamente, visível.  Os maiores problemas do paciente hemofílico são hemorragias internas, principalmente dentro dos músculos - os hematomas - e dentro das articulações - as hemartroses.


Esse quadro provoca no paciente um processo de degeneração articular, que gera, como consequência, edemas e quadros de dor. Nesse aspecto da doença, a assistência fisioterapêutica tem muito a contribuir, garantindo melhor qualidade de vida a essa população.


O Dr. José Luiz Portolez é coordenador da graduação em Fisioterapia da Universidade Santa Cecília (Unisanta), na cidade de Santos. Ali, ele também coordena, na clínica-escola, o Ambulatório de Fisioterapia e Recuperação Funcional de Hemofilia e Coagulopatias Hereditárias do Litoral Paulista. Ele explica que  os sangramentos recorrentes nos pacientes hemofílicos acabam resultando em processos de degeneração articular. “A longo prazo, o paciente pode apresentar degeneração articular de joelho, de quadril, de tornozelo, que trazem dificuldades para o paciente no dia a dia, desencadeando quadros dolorosos”.


A depender do grau de degeneração já instalado no momento em que o paciente busca a assistência, é possível que tenha que ser submetido a um processo cirúrgico. Evitar que isso aconteça, na avaliação de Dr. Portolez, é o melhor cenário. “Não queremos que chegue a isso. Quanto mais precoce for a intervenção, tanto médica quanto fisioterapêutica, melhor. A intervenção precoce é importante para cessar a progressão da lesão”.


Dr. Portolez esclarece que  a abordagem da Fisioterapia é cinesioterapêutica. Porém, antes de qualquer intervenção, é importante que o profissional sempre tenha em mente que se trata de um paciente numa condição muito especial. “Não podemos negligenciar a condição clínica que o paciente hemofílico apresenta, e é importante estar atento e verificar, antes de qualquer intervenção, se o paciente está equilibrado, qual o tamanho e a condição do edema, do ponto de vista da pele, do tecido e da região”.