Entrevista com o fisioterapeuta Dr. Carlos Bandeira de Mello Monteiro
Crefito-3 recebeu denúncia de profissionais que alegam cerceamento da autonomia profissional no exercício da Fisioterapia.
Edital com vagas para fisioterapeutas descumpriu a Lei Federal nº 8.856/94, que fixa a jornada de trabalho do fisioterapeuta em no máximo 30 (trinta) horas semanais.
Essa iniciativa tem como objetivo receber contribuições e sugestões do público em geral em relação ao texto apresentado.
Publicado em: 15/05/2023
Saiu na mídia: Fisioterapia, prática de exercícios físicos e dor são destaque no Estadão
Dr. Raphael Martins Ferris e Dra. Andreia Miana foram os fisioterapeutas entrevistados pelo Estadão.
O Presidente do Crefito-3, Dr. Raphael Martins Ferris, concedeu entrevista ao Estadão em matéria que abordou a prática de exercícios físicos, o sedentarismo e a dor. Segundo informações do texto, 47% da população brasileira não se exercita, o que faz do Brasil o país mais sedentário da América Latina e o 5º no ranking mundial. A dor pode ser resultado da falta de exercícios físicos. “O papel do fisioterapeuta é identificar se certo indivíduo tem alguma disfunção e a partir daí fazer um programa, um tratamento para que aquela pessoa faça uma prática de exercícios supervisionada e de uma forma adequada”, afirma o fisioterapeuta e presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Raphael Ferris. Dr. Raphael explicou que existem muitas crenças intrínsecas à população para a prática de esporte, o que favorece o afastamento da atividade por medo, insegurança ou até falta de conhecimento. “Muitas vezes a pessoa está com dor e pensa que o melhor é ficar em repouso. Só que no fundo, isso piora, porque é preciso manter o corpo em movimento. Claro que com cuidados, exceções, e sempre levando em conta a balança da capacidade e demanda”. Isto significa que é preciso refletir sobre qual a capacidade que um corpo tem de força muscular e como ele está preparado para a demanda que será dada. Ou seja, uma pessoa que deseja começar a correr, deve iniciar com pequenas distâncias para adaptar a capacidade do seu corpo e ir aumentando progressivamente. “Não é sobre não fazer uma prática, mas sim encontrar uma forma para que essa prática seja feita reduzindo os riscos.” A escolha da atividade física pouco importa, o essencial é a constância. “É importante que a pessoa escolha algo de que ela goste, seja corrida, dança, natação. Hoje é muito difícil ver artigos que indiquem atividades específicas para uma determinada doença, o importante realmente é o movimento e que a pessoa faça uma atividade em que ela se sinta bem, no mínimo três vezes por semana”, afirma a fisioterapeuta e mestre biomecânica da corrida, Andreia Miana. A prática, além de melhorar o corpo, ajuda na mente, reduzindo o estresse, a ansiedade e a depressão. Combate da dor Doenças crônicas e disfunções crônicas estão presentes em grande parte da população brasileira. Entretanto, a atividade física pode ajudar com as dores, e não piorá-las. Uma pessoa com dor lombar tende a tensionar e contrair a musculatura da região até a coluna, como mecanismo de defesa do corpo. Dessa forma, movimentos básicos como agachar passam a ser robóticos para evitar uma dor ainda mais aguda. O problema é que, por medo ou pelo estímulo da tensão, a dor sai do pico e até melhora, mas o movimento da pessoa, não. O que faz com que a musculatura fique cada vez mais tensionada, dolorida e, consequentemente, fraca. “Educar e orientar o paciente com dor é mostrar a importância do movimento completo para que ele saia desse ciclo. Então a gente estimula a pessoa a fazer um tipo de atividade, um tipo de movimento, para que ela volte o mais rápido possível ao que era antes e isso não vire uma doença crônica”, afirma Andreia, que explica que o período de até três meses de dor é chamado de fase aguda e mais do que isso passa a ser crônica. Mas qual o limite desse incômodo? Geralmente é o médico que faz esse diagnóstico. Algumas vezes é preciso fazer exames clínicos, ressonâncias ou de imagem, mas, em outras, uma anamnese (diálogo estabelecido entre profissional de saúde e paciente) e a inserção de uma rotina de exercícios gradativos, de mobilidade e força, já podem melhorar. “O fisioterapeuta atua tanto na prevenção quanto na recuperação de lesões. Assim, ele pode criar tanto uma prescrição de tratamento preventivo, caso o paciente tenha uma predisposição genética, voltado para aquela patologia, quanto fazer testes para ver se tem alguma estrutura do corpo que está sendo acometida com certa prática física. E assim criar um protocolo de tratamento para resolver aquele problema”, afirma Ferris. Clique aqui e leia na íntegra.